segunda-feira, 14 de julho de 2008

O tropicalismo de Di Cavalcanti

" - A mulata, para mim, é um símbolo do Brasil. Ela não é preta nem branca. Nem rica nem pobre. Gosta de música, gosta do futebol, como nosso povo."

A frase é de Emiliano Di Calvalcanti, que nasceu em 1897, no Rio de Janeiro, estudou direito, mas entrou para a história como pintor.

Baile Popular - 1972

Com 17 anos, antes de ingressar nas salas do Largo São Francisco, em São Paulo, Di já vendia algumas caricaturas para a Revista Fon Fon. Sua trajetória em São Paulo e seu interesse pela arte resultou em uma amizade com os modernistas Mário de Andrade e Oswald de Andrade.
Samba - 1928

A relação resultou em uma sutil participação da Semana de Arte Moderna. Di tinha 25 anos e, na verdade, participou criando o catálogo e o programa. Um ano depois viajou à Europa e acabou conhecendo grandes nomes, como Picasso e Matisse.
Músicos - 1963

As pinturas relacionadas à música começaram em 1926, um ano após sua volta para o Brasil. Neste ano, Di desenhou “Samba”, sem se utilizar cores. Outra tela com o mesmo nome veio em 1928, dessa vez esbanjando cores e com os traços que marcariam seu estilo na definição dos volumes.

Samba- 1928

Di não só imprimia seu estilo nas telas. Também chegou a condenar abertamente o abstracionismo em diversos artigos e conferências. Em 1929 pintou Gafieira, retratando os saudosos salões de baile emergentes na década de 30 e 40.

Gafieira - 1929
Di é, sem dúvida, um dos principais nomes da pintura nacional. A sensualidade, que às vezes beira o erotismo, é tema recorrente de suas pinturas. Mulheres nuas, pescadores, sambistas, tudo recheado de muita cor. Uma cor quente, tropical.

Um comentário:

Anônimo disse...

Nice works!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...